quarta-feira, novembro 22, 2006

Guilty, Guilty, Guilty

Culpa, Culpa, Culpa, para além do nome do espectáculo é o que eu sinto por não ter ouvido isto hà mais tempo...
Sublime é como se pode classificar o que se ouviu ontem no CCB!
Versões góticas de blues deliciosamente excessivas (Quase que consegui ouvir o velho Muddy...), Gospel, Edith Piaf, Sinatra, Clássicos do Jazz, etc.
Uma explosão de feelling e arrojo desconstrutivo!

No final do encontro o placard marcava:
Diamanda Galás 10 - Diana Kroll 0

sexta-feira, novembro 17, 2006

inventário de memórias desconexas ordenadas por ordem descrescente do comprimento da frase

Cabana feita com dois sofás e umas almofadas a servir de telhado no canto da sala
Ponteiro de conta-quilómetros de um ford escort feito com colher de plástico
Canhões enferrujados envoltos na bruma da foz do Douro
Malga de azeitonas debaixo da mesa com braseira
Sonho de manobrar um máquina retro-escavadora
Roupa suja a brincar num bidon de alcatrão
Mota com rodas em forma de cilindro

Carrinho de bombeiros da match-box
Queda de janela em cima de roseira
Filme dos marretas no Batalha
Consola de jogos Atari
Pista de carros
O canto

quarta-feira, novembro 15, 2006

Fantasias sexuais para o próximo milénio

Tendo em conta os videos que circulam por aí, é complicado imaginar algo em termos de sexo que não tenha sido já tentado, mas ainda assim:

Arranjar dois gajos sem pernas.
(Se possível tentar arranjar duas pessoas já com esta diminuição. Vá por mim, as moto-serras fazem um barulho ensurdecedor a altas horas da noite!)

A foda seria basicamente uma penetração quádrupla!

Não sei até que ponto não seria necessário amarrar os gajos 2 a 2...

terça-feira, novembro 14, 2006

Diálogos imaginários

A única pessoa que eu consigo imaginar a ter uma conversinha com a Morte é o Woody Allen.

Cenário: Apartamento em Manhattan

Morte: "Eu sou a Morte..."
Woody Allen: " Srª Morte? o seu nome é-me familiar? Por acaso não tem um primo em Long Island?"
M:"Eu vim para te levar deste mundo..."
WA: "Logo agora? Não me convinha nada... O meu
Homentasch vai-se queimar... já tentou chegar a Brooklyn a esta hora? O trânsito está impossível...vai levar uma eternidade"
M:"Tu vais morrer..."
WA:"Um dia, talvez, daqui a muitos anos, mas nem isso é seguro...repare, não é que eu esteja com medo de morrer. Eu só não quero estar lá quando isso acontecer"

segunda-feira, novembro 13, 2006

Zapping IURD

Numa das minhas sessões de zapping a roçar a incontinência digital, acabei por parar num dos canais religiosos para ver a que preço andava o m2 do paraíso.
O Bispo com sotaque Nordestino, acentuando irritantemente cada sílaba, anunciava aos fieis irmãos a próxima homilia da "Prosperidade Financeira".
A grande corrente ía realizar-se no templo de Chelas, uma espécie de gimno-desportivo da alma onde cabem milhares de pessoas. Aquilo cada vez parecia mais o anúncio de uma promoção do "Continente" sendo que a piece de resistence aconteceu quando o bispo começou a falar nos aspectos logísticos:
- "Irmão, quando você vie na celebração, você podi inclusivi trazer a sua viatura. A genti tem um parque vigiado onde seu carro fica siguro. Camera-man mostra por favor o parqui... estão vendo, ele é enorme, todos os carros bem organizados, muita luz,...(Mais uma panorâmica do parque), o seu carro fica tranquilo e você vai na celebração, participá dessa união, dessa corrente, e depois volta confortavelmente para sua casa...(Outra panorâmica do parque), Por isso não falte irmão, minha amiga, meu amigo, a justiça será feita, a sua prosperidade será uma realidade!

sábado, novembro 11, 2006

quinta-feira, novembro 09, 2006

Anarquista Duval

Pela estrada fora vinha um homem
Encoberto pelas sombras da noite
Alguém lhe perguntou o nome
Sou uma miragem,
Dizem que semeio o caos e a destruição
Como o vento semeia as papoilas
O meu nome é... Liberdade

Vinha pela estrada fora a Liberdade
Encoberta pela noite das sombras
Sabes quem eu sou? perguntou ao candeeiro
És uma miragem
E pertences ao livro dos sublinhados provocadores
Que são os poetas
Almas sonhadoras

Anarquista Duval:Prendo-te em nome da lei?
Eu suprimo-te em nome da Liberdade!

Sublinhados provocadores, iam pela estrada fora
Carregando o livro das sombras
Da noite só restava o candeeiro
Encoberto

Adolfo Luxuria Canibal

Coelhos

Ontem ao sair aqui da empresa em Cascais, atravessou-se-me um coelho. Todo pimpão, quedou-se a pastar no jardim a olhar-me pausadamente, com a descontracção de quem nunca ouviu o estouro de um chumbo 7, ou o latir desenfreado dos cães coelheiros.
É deprimente que haja mais coelhos em Cascais do que em Cabeço ou Couto de Mouros...
O que nos resta do Barroso?

É uma Banca portuguesa com certeza

A propósito da apresentação e debate do orçamento na assembleia da república, o Governo anunciou de surpresa e de forma atamancada e avulsa um conjunto de medidas que na prática vão fazer com que a banca pague mais impostos, nomeadamente IRC.
Parece-me que o Sócrates para tentar calar o povinho e mostrar que, não parecendo, até é de esquerda tira da cartola estas medidas, que me parecem justas, mas mais uma vez pela forma e pelo momento em que aparecem cheiram a populismo e a migalhas para calar o bloco e a ala esquerda do PS.
Quanto ao conteúdo das medidas aí são outros quinhentos. Os nossos amigos banqueiros, supostos doutores em números, tinham uma forma particularmente criativa de fazer arredondamentos nas taxas de juros, prejudicando os seus Clientes em centenas de Euros por ano. Obviamente que agora não estão dispostos a corrigir o que roubaram anos e anos a fio.
Para além disso a Banca portuguesa paga em média, retirando a CGD, 12,7% de IRC, quando as outras empresas "NORMAIS" pagam 25%!
Comparando com outros países da UE, como a Espanha ou França, a Banca portuguesa paga consideravelmente menos impostos que as suas congéneres europeias!
Isto tudo acontece obviamente dentro da lei, que os gajos não são estúpidos e têm um batalhão de fiscalistas a analisar as leis vírgula a vírgula optimizando assim o seu "planeamento fiscal".
Esta descriminação positiva acontece também porque a natureza do negócio da Banca permite utilizar uma série de instrumentos (constituição de provisões, off-shore da Madeira, etc) que na prática fazem baixar a taxa de imposto efectiva destes mamões.
É claro que tudo isto se justifica pois é a única forma de ainda termos Bancos "portugueses" (who cares?) competitivos e toda a gente sabe os reduzidos lucros que periodicamente apresentam.

terça-feira, novembro 07, 2006

Manifesto anti-direitos adquiridos dos papás

A propósito da reforma do sistema de segurança social, parece-me que, por causa dos sacrossantos direitos adquiridos, vão ser introduzidos princípios de injustiça óbvios e vamos ficar aquém do que devia ser feito.
Como diz sarcasticamente um amigo meu, um tipo que toda a vida roubou 10€ por mês ao Estado adquiriu o direito de o continuar a fazer indefinidamente.
É uma espécie de uso capião da roubalheira.
A geração dos nossos Papás na euforia do pós-25 Abril, pós-PREC, pós-CEE, pós-caralho que os foda a todos, andaram encostados ao Estado, a mamar na teta até a vaca ficar só pele e osso e agora aqui a geração "rasca" e os seguintes alienados pagam as reformas milionárias destes revolucionários de pacotilha, pagam mais impostos e no fim da vida como prémio vão receber na melhor das hipóteses menos 20% do que esses chupistas.
É a chamada solideriedade transgeracional...
Ainda por cima nem souberam foder em condições deixando-nos nas mãos, ou melhor na gaita, um problema demográfico apenas com paralelo nas tribos das planícies mongois reprimidas pelo Estado Chinês.

sábado, novembro 04, 2006

Velho, Vilarinho Seco

Benfica-Porto, Vilarinho Seco

Os limites da Arte

Aqui há uns tempos vi-me envolvido numa discussão de café à volta do tema dos limites da arte e do que é uma obra de arte. De um lado dois "artistas" do teatro, um encenador e um actor, completamente histéricos, reclamavam a ideia de que a Arte é comunicação, partilha e portanto uma obra de arte só existe, se houver público ou um receptor da mesma. Desdenhavam com todas as forças essas pessoas que criavam para elas próprias ou para círculos de amigos, numa lógica de masturbação intelectual inconsequente.
Do outro lado uma jovem estudante de filosofia tentava desviar-se dos perdigotos saídos das bocas daqueles teatreiros e contra-argumentava que uma obra de arte é simplesmente uma ideia materializada de forma desinteressa ou sem um fim prático, ou seja, a questão que se coloca é a seguinte, será que se Leonardo da Vinci tivesse guardado a Mona Lisa e nunca ninguém a tivesse visto, ela continuaria a ser uma obra de arte?
Isto cheira-me a uma daquelas conversas que começam na 5ª superbock e terminam com os oponentes a tombar copos e a serem expulsos do café sem que se chegue a qualquer resultado prático...
O ponto de vista da jovem estudante agrada-me porque é mais abrangente e perspectiva a criação artística como uma acto puramente individual e egoísta, desligado do público, sem uma finalidade prática que não seja a da própria satisfação do artista, o que a meu ver é a única forma séria de criar algo descomprometido, subversivo e honesto.
Por outro lado a definição é tão abrangente que o apuradíssimo guisado de míscaros que eu "criei" na semana passada poderá equiparar-se às "Demoiselles de Avignon".
A criação artística é um acto individual, disso ninguém discorda, mas será que é necessário que alguém se emocione, sinta ou perceba um objecto para que este possa ser considerado uma obra de arte?

sexta-feira, novembro 03, 2006

O Cheiro do Porto

Para mim o Porto há-de ter sempre o cheiro das castanhas assadas dos assadores de rua.
É um cheiro que me acompanha desde puto, desde os tempos em que a minha mãe me arrastava pelas ruas da baixa. É a essência da face acolhedora do Porto.

Em Lisboa já não há nem vendedores de castanhas, nem amoladores de facas, nem hortas dentro da cidade...