De toda a concepção do circuito do Grande Prémio histórico do Porto, há que realçar a já mítica bancada da recta da meta. Num arrojo de inspiração o arquitecto resolveu projectar esta construção com a orientação contrária à que normalmente se vê nos circuitos de todo o mundo.
Imagino a que ideia terá surgido da dialéctica de duas concepções arquitectónicas antagónicas:
A corrente pragmática, que nunca perde o sentido último para o qual a obra está a ser concebida, que neste caso seria, a de proporcionar o melhor campo de visão aos espectadores da corrida.
E a corrente mais holística, que procura a harmonia estética com o todo, que neste caso passou por aproveitar a localização previlegiada junto ao Mar e proporcionar aos espectadores a possibilidade de se deleitarem com uma vista marítima magnífica, enquanto assistem ao Grande Prémio.
O arquitecto optou pela segunda via, e em boa hora o fez, pese embora se ter verificado um anormal número de torcicolos e rupturas de ligamentos nos espectadores.
Para a próxima edição do Grande Prémio, Rui Rio fez já a promessa eleitoral de mandar construir um espelho gigante convexo de maneira a garantir a melhor visibilidade nesta bancada.
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