Sim, o humor é evidente. Mas é muito mais profundo que isso: este quadro de Magritte é uma deliciosa reflexão sobre os conflitos da linguagem, entre signo e representação, entre aparência e relação, entre palavra e imagem, ebtre função e significado. Enfim, este é um bom exemplo de toda uma poética de subversão.
Inevitavelmente esta postagem remete-me para Les Motes et les Choses de Michel Foucault que curiosamente e segundo o autor surgiu "do riso que sacode" na leitura de um texto de Jorge Luis Borges. Diz Foucault que " este texto fez-me rir durante muito tempo, não sem um verdadeiro mal estar díficil de vencer.... as heteropias inquietam,..., porque minam secretamente a linguagem, porque impedem de nomear isto e aquilo, porque quebram os nomes comuns ou os emaranham, porque de antemão arruínam a "sintaxe", e não apenas a que constroi as frases mas também a que, embora menos manifesta, faz "manter em conjunto" (ao lado e em frente umas das outras) as palavras e as coisas"
4 comentários:
Sim, o humor é evidente. Mas é muito mais profundo que isso: este quadro de Magritte é uma deliciosa reflexão sobre os conflitos da linguagem, entre signo e representação, entre aparência e relação, entre palavra e imagem, ebtre função e significado. Enfim, este é um bom exemplo de toda uma poética de subversão.
É de facto levar o conflito entre palavra e imagem ao limite do absurdo.
A forma como nos propõe isso é tragicamente patética, mas ao mesmo tempo duma síntese poética muito bela
Inevitavelmente esta postagem remete-me para Les Motes et les Choses de Michel Foucault que curiosamente e segundo o autor surgiu "do riso que sacode" na leitura de um texto de Jorge Luis Borges. Diz Foucault que " este texto fez-me rir durante muito tempo, não sem um verdadeiro mal estar díficil de vencer.... as heteropias inquietam,..., porque minam secretamente a linguagem, porque impedem de nomear isto e aquilo, porque quebram os nomes comuns ou os emaranham, porque de antemão arruínam a "sintaxe", e não apenas a que constroi as frases mas também a que, embora menos manifesta, faz "manter em conjunto" (ao lado e em frente umas das outras) as palavras e as coisas"
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