Mais uma vez comprovei a minha total inaptidão para as artes barrosãs, em mais uma tentativa ridícula de me aproximar das minhas "raízes".
Para além de ter sido desclassificado à partida da prova de galhardia e coragem que é agarrar o bicho, ainda me delegaram a humilhante tarefa de segurar na bacia do sangue enquanto o matador espetava a faca.
A coisa correu tão bem que o reco deu uma patada no raio da bacia tendo a mesma ido aninhar-se caprichosamente na cabeça do meu pai, cobrindo-o de sangue da cabeça aos pés.
(Nem os irmãos Marx fariam melhor)
Há fotografias que o comprovam, isto se o sangue não tiver dado cabo da máquina ou do filme.
Para além disso acumularam-se as mazelas dos participantes, que foram desde as costas empenadas, um joelho estriquinado, um dedo cortado e dois egos gravemente feridos.
Acho que no final, feitas as contas, os porcos foram os que menos sofreram!
Caio nesses olhos apáticos, Caio nesse hipnótico abraço, Desta viagem entre flores plásticas, E coloridas manhãs de aço ...
terça-feira, janeiro 08, 2008
quinta-feira, janeiro 03, 2008
"HÁ JÁ MUITO TEMPO QUE NESTA LATRINA O AR SE TORNOU IRRESPIRÁVEL"
O céu pulveriza a noite de gotículas que se suspendem no ar e molham a respiração.
Os candeeiros espiam-nos por cima do ombro e cochicham imoralidades abençoadas.
A Escória
fez história
do Astória,
Derrubou a estátua,
De alguém que já niguém sabia quem era
ergueu um MCDonalds,
Que toda a gente sabe o que é
tornou tudo branco, circular...
A Escória
fez história
do Astória,
De dentro ressoa o inevitável brasileiro
Em vez da Luxúria num esgar de berreiro
retorçendo os membros enquanto esventra o arquitecto paneleiro
O Insólito do alumínio branco e do cheiro a hamburgueres faz-me vomitar
Os candeeiros espiam-nos por cima do ombro e cochicham imoralidades abençoadas.
A Escória
fez história
do Astória,
Derrubou a estátua,
De alguém que já niguém sabia quem era
ergueu um MCDonalds,
Que toda a gente sabe o que é
tornou tudo branco, circular...
A Escória
fez história
do Astória,
De dentro ressoa o inevitável brasileiro
Em vez da Luxúria num esgar de berreiro
retorçendo os membros enquanto esventra o arquitecto paneleiro
O Insólito do alumínio branco e do cheiro a hamburgueres faz-me vomitar
quarta-feira, janeiro 02, 2008
Este é o tempo
Este é o tempo dos balanços e das mudanças inadiáveis, para que tudo fique na mesma, ou um pouco pior, mas que não se note
- Retoquemos a pintura desbotada do rosto de fim de noite.
No fim da leitura de uma balada exótica, por terras de África, simbolizada no rio que corre para o fim do mundo, apatece-me escutar una cancion triste aos caudais anónimos do Beça ou do Terva...
Hoje em dia, já não é só o Níger, são todos os rios que correm para o fim do mundo.
- Retoquemos a pintura desbotada do rosto de fim de noite.
No fim da leitura de uma balada exótica, por terras de África, simbolizada no rio que corre para o fim do mundo, apatece-me escutar una cancion triste aos caudais anónimos do Beça ou do Terva...
Hoje em dia, já não é só o Níger, são todos os rios que correm para o fim do mundo.
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